sexta-feira, agosto 07, 2015

Mediterranean refugees: Ha tanto a dizer… E faz-se necessário um preambulo...





Fiquei impressionada com a quantidade de imigrantes africanos na região de Brescia, na Itália, e nos trens tentando entrar na Suíça e nos trans e ruas de Basel, sempre com a polícia por perto, quando em terras suíças. Aí esta semana naufraga mais um barco em pleno Mediterrâneo e filas imensas de refugees se formam tentando a travessia do Canal da Mancha via Calais, na França.

Ok... Vamos ao preâmbulo....

Minha avó (materna) nasceu em 1922 no "neutro" Portugal e sempre me contou histórias emocionantes de famílias judias em rota de fuga (durante a segunda WW) que passaram pela nossa vila auxiliadas pela família e amigos da minha avó.

No "neutro" Portugal de Salazar, uma ditadura de 40 anos, nos anos 70, meu jovem pai achou por bem tentar uma vida nova na França. Para onde foi, "a salto" (ou seja, clandestinamente). Não, não existia EU ou Schengen Agreement naquela época. Mas aí, voltou a Portugal, conheceu minha mãe e "descobriu" o Brasil. Mas isso é outra história. 


E por essa mesma ditadura, retrograda, sanguinária, estúpida, parte de meus tios (ou seja, irmaos da avó acima e os irmaos de seu marido [meu avo]) se foi para o Brasil por volta de 1950. Por essa ditadura, Portugal ficou mais de 40 congelado no passado. Um horror!

A África também sempre esteve presente na família da minha mãe. Meu bisavô (e pai da avó acima) trabalhou por anos no África colonial, lá pelos idos de 18XX. Sempre com muito respeito por aquelas terras alem mar e suas gentes (minha mae guarda uma linda coleção de canetas daquela epoca, handmade em Africa). Um de seus filhos (e irmão da minha 
avó), inclusive, viveu e morreu na prospera Luanda (Angola) pre-revolucao / guerra colonial de 1975 (se nao me engano, porque essa Historia toda, aprendi com a minha família). 

Em Sao Paulo, tive um grande chefe, de origem Armenia (sim, seu last name termina em "ian").  E descobri historias impressionantes daquele povo e sua saga, fugindo dos turcos e perambulando por anos pela Europa.

E aqui na Suica tenho vários amigos e conhecidos que sobreviram aos horrores da Guerra na ex-Ioguslavia e para ca vieram naquela época e aqui re-construiram sua vida de maneira digna. A senhora que cuida do meu flat e e minha mae em terras suicas era uma respeitada professora no Kosovo pre-revolucao!!!! Mas conheço inúmeros Serbios, Croatas, Albaneses e Bosnios, cada um com sua historia.

Também conheco romenos e húngaros*, que tiveram que deixar seus paises e re-construir suas vidas elsewhere. 

*A verdadeira "A Insustentável Leveza do Ser".

Fim dio preambulo

E esta semana, senti-me impotente. 

Os que tentam a travessia do Mediterrâneo  sao PESSOAS, com sua historia, vivendo uma saga. 

Como bem me lembrou minha mae, naqueles navios ha professores, médicos, advogados. 

Como bem me lembrou minha fisioterapeuta alemã, sao a inteligência de seus paises, fugindo. 

Sao PESSOAS, que deixam suas terras, suas famílias, seu lugar,  por motivos mil, perseguição religiosa,  guerra, pobreza, miséria, etc.


Sao PESSOAS, perambulando pela Europa, sem documentos, sem dignidade. Bem, aqueles que conseguem chegar a costa.  E nem todos se qualificam para ser refugiados.

Uma crise humanitária sem precedentes e sem solucao a vista.

Nao consigo assistir a isso passivamente!!!!

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Nota: Penso de maneira bagunçada, falo e escrevo de maneira bagunçada. Assim sou!

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